Só Deus sabe o quanto amei cada uma... Carla Ramires
Só Deus sabe o quanto amei cada uma delas como se fossem uma parte de mim.
Cada momento era único, mesmo que fosse repetido.
Todas, com características únicas, cheias de personalidade, paz e caos, mas eu gostava de tudo.
Cada uma marcou de um jeito diferente: um toque com a ponta dos dedos, um beijo longo, palavras ditas na hora do ato...
Uma dose de rock in roll, cabelos vermelhos-acobreados pelo chão, em cima da cama, no meu corpo, nos meus sonhos...
Tudo isso deu cor à minha vida durante anos.
Mas eu já não sou a mesma de 10 anos atrás. Ninguém é e nem precisa ser.
A vida segue, nos prega peças, nos amedronta, nos dá coragem, nos bloqueia e nos liberta também...
Eu sou bem melhor agora!
Sem história de amor presente, recheada de um passado bonito que dói. Sou fruto de tudo que eu permiti, tudo que eu deixei ou não de fazer.
Sou também o passado de alguém, presente nos dias atuais, na vida e nos sonhos de quem nem sonhar comigo pode.
Sou o pote de ouro no fim do arco-íris para quem tem paciência e trilha o caminho com cuidado.
Sou a leveza de um livro bom em dias de chuva, mas também me rasgo, me quebro feito pedra se não sabem me ler.
Sou o destino correndo atrás do presente, sou o passado sem a repetição dos erros. Sou o choro nos silêncios noturnos e alegria que chega pela manhã.
Eu sou, de tantas flores, um espinho que arranha e ninguém arranca. Sou cicatriz que simboliza defesa, sou festa em corpos que espasmam prazer.
- Mas só Deus sabe o quanto amei cada uma delas...