Encontro-me na mais perigosa... ESF
Encontro-me na mais perigosa distância: o afélio de mim mesmo. Isso é estranho, porque parece que não me conheço mais. Para mim, tudo o que possuía o mais belo dos genuínos brilhos, virou um escuro opaco. É como se a luz tivesse sido retirada de um gigantesco quarto. É como navegar com um barco sem lamparinas num gelado mar. Simplesmente me sinto perdido no mais perfeito estado de melancolia. Todo aquele conjunto de prazeres únicos em atividades distintas tornou a virar a "mesmice" de que tanto falam. Tudo se tornou uma completa escala de cinza. Olho para dentro e vejo um rio inundando meus pulmões, e advinha? Não posso fazer nada! Acho que eu me cansei muito rápido nessa maratona. Acho que cheguei no meu limite e isso é estranho, que eu sou tão novo, sabe?
Mesmo no princípio do abismo, preciso dizer: eu cansei de amores, porque não sou digno de um. De tentativas frustradas, porque sou o pior dos perdedores. De decepções, porque elas ecoam dor por longos períodos. De oscilações de humor, porque elas me destroem mais a cada dia. De pessoas, porque elas são intimamente decepcionantes. Eu cansei de lágrimas, porque mesmo através de um pequeno estímulo, elas anseiam por não parar de cair.
Vejo-me como a uma vela se vê: forte e altiva no início, fraca e sem esperanças em fim de combustão. Eu não sei exatamente quando entrei nesse estado mas eu sei que já tem anos, e, nesses últimos, eu não estou conseguindo esconder a dor. Nesse último estágio, eu já tinha aceitado que eu não poderia mudar muita coisa. Aliás, eu sou apenas um contra o mundo e contra a mim mesmo, não é?