Poema - A Jardineira de Curitiba Não... Henrique Alves
Poema - A Jardineira de Curitiba
Não escrevo a mim
Eu escrevo a alguém
No fim da folha, deixo um relevo
Assinatura à caneta para quem
Me fez sorrir, me fez chorar
Esteve a partir e perdeu-se em mim
Au' Revoir, disse à vida de mártir
Da poesia, à minhas linhas de marfim:
Cantei canções amargas e sem cor
Colhi as sargas, sem flores sofri
Pueril rancor, de mim não largas
À morte, recados que um dia escrevi
Ó amor, enxergue, ela só responde na hora
Não deixe que em ti leve este mal à dentro
Pois aqui fora, ele à ela reacende e reergue
O que esteve apagado por muito tempo
Estas rosas secas, estes frutos podres
Não regaram as freiras, desde às dezoito:
Tornou-se um jardim de dores enfáticas
Onde o delírio do homem permanece acoito.
Sem ti, cara dama, senti as dores
Sem incentivos de quem ama, fomos
Atrás de flores, retornando à goma
Regai nosso jardim, pois melhores juntos somos