O NOVO ENSINO MÉDIO PÓS-PANDÊMICO... Claudeci Ferreira de Andrade
O NOVO ENSINO MÉDIO PÓS-PANDÊMICO ("O novo sempre despertou perplexidade e resistência." — Sigmund Freud)
No Velho Normal; Velho Ensino Médio, os alunos em aula presencial, aparentemente amigáveis e confiáveis, trazem baralho para o colégio. Isso é uma armadilha e uma emboscada moral para o professor. Brincam, e o professor fazendo vista grossa, já cansado de tanto dizer não e sabendo dos vagos resultados se os entregar para coordenação, então permite; mas eles o denunciam por deixá-los jogar truco na aula dele, desde que não gritem. Parece um acordo. Todavia é estranho condenar o professor que espera por eles concluírem as atividades propostas ali, enquanto uns poucos jogam as cartas. Estes nem fingem interesse na aula. Contudo, se o professor não os entregar para a coordenação, os demais entregarão o professor. Agora, Novo Normal; Novo Ensino Médio! Mil horas por ano em cada série em duzentos dias letivos. Vão entrar às sete horas e saírem ao meio-dia, cansados de tantas aulas grandes, pouco rendimento, percebem que a quantidade sobrepõe a qualidade, então forçarão por mais recreação. Desacostumados do antigo regime, com aulas síncronas de 40 minutos, resistirão veementemente a mais trabalhos e mais dedicação. Será que no Novo Ensino Médio, o aluno deixará de ser cliente? Por isso profetizo, o sistema vai ter que se adequar ao novo aluno: Pós-pandemia! Senão, não valeu o aprendizado no regime avançado de novas tecnologias. O Novo não se estabelece se não for facilitado. CiFA