E DE REPENTE... E de repente, a vida que... Rônet Alves

E DE REPENTE...

E de repente, a vida que era feita de abraços
Diminuiu seu passo e a distância aconteceu
O velho hábito de apertar a mão
Transformou-se, entre nós, em verdadeiros laços.

Portas, já tão abertas para nos receber
Fecharam-se de repente diante de nós,
Ninguém pode receber ninguém
E jamais pensávamos que isso ia acontecer.

Um vírus que a gente nem pode ver
Aos poucos foi absorvendo o mundo.
O “corre-corre” do dia-a-dia
Até parece que não mais vai haver.

Dores e prantos pintam as cores do nosso dia
E um adeus distante dilacera corações
A morte protagoniza toda a cena
E mais uma vez a gente reflete: isso jamais existia.

Andamos mascarados e assustados
No doloroso viver diário
É assim todo dia.
Viver agora é decisão que mais parece um fadário.


Rônet Alves
Aracati-CE, madrugada de 22 de março de 2021.