Primeira noite sem dormir, ela... Wil Cowen
Primeira noite sem dormir, ela finalmente está de volta.
Depois de tantos anos ela retorna, a paz foi boa enquanto durou, agora é voltar para a realidade.
A rotina diária, de viradas e viradas, e ela não deixa ele vir. São inimigos eternos, e ela parece que gosta disso.
Qual é a sensação, agora que eu também tenho a minha, igual você tem a sua?
O que sente, satisfação? Pelo menos agora temos algo em comum.
De manhã os olhos ardem, difícil focar, mas a vida segue normalmente, o mundo continua girando, como se nada tivesse acontecido, e realmente não aconteceu. Foi só um frame, um lapso de um nada, ninguém reparou na sua dor, eles têm sua própria dor. A sua carga só pesa para você, eles dizem que sabem como é, que também já passaram por isso, mas não, cada um tem sua própria carga, cada um sabe o peso que tem que carregar nas costas.
Não se deve querer que o outro viva sua vida, sua vida é só sua, seu caminho é só seu, ninguém tem que trilhar ou seguir suas pegadas, a menos que queira, e saiba que isso é um enorme risco de no fim perceber que deixou de seguir seu mapa, porque estava focado na viagem do outro.
Ai já será tarde, o tempo não volta, as palavras, os gritos, os choros, já foram todos soltos e não tem como pega-los de volta.
Nossas neuras, nossos pensamentos sombrios, nossas angustias, nossos medos, tem que ser combatidos ou mantidos dentro de nós mesmo, só nós temos controle sobre eles, só nós sabemos os pontos fracos deles, só nós sabemos e temos como doma-los.
Nós somos donos de nossos monstros, nós os criamos desde pequenos, eles nos conhecem, sabem onde nos atacar, e nós sabemos onde o ataca-los, onde prende-los ou onde esconde-los. Eles nos respeitam, tem que nos respeitar.