Colheita em tempos de escassez Muitos... Jeferson Viega D'Avila
Colheita em tempos de escassez
Muitos já sabem que a igreja foi “inaugurada” durante a Festa judaica de Pentecostes, comemorada 50 dias após a Páscoa. Essa festa sempre foi uma expressão de gratidão do povo pelo suprimento das suas necessidades da parte de Deus.
Entretanto precisamos observar um detalhe. Essa festa foi ordenada por Moisés durante a travessia no deserto. Ora, que colheita pode haver no meio do deserto? Será que os hebreus teriam que esperar chegar em Canaã para assim comemorar suas colheitas?
Claro que não! A “ordem” da gratidão não era para ser expressada no momento da benção quando chegassem na Terra Prometida. O povo foi desafiado a expressar gratidão durante seu tempo de escassez. Não são necessários detalhes de como isso foi instituído no deserto. O importante é entender que nós estamos vivendo como o povo hebreu no deserto: numa escassez em amplos aspectos. Desemprego, doença, divórcios são alguns exemplos de como estamos escassos de amor, paciência e esperança; e a pandemia está colaborando com essa escassez.
Entretanto, é na escassez que precisamos expressar nossa gratidão e colher aquilo que recebemos de Deus diariamente. Sei que na escassez não atinamos em sermos gratos; em tempos difíceis como esse a gratidão precisa ser exercitada. Mesmo na escassez aparecerão oportunidades de abençoar o próximo; e quando ela surgir não podemos desperdiçá-la.
Por isso não é a toa que a Festa da Colheita e o surgimento da Igreja tem tudo a ver. A igreja foi instituída para promover colheita em tempos de escassez; e o que precisa ser colhido é gratidão, mesmo em tempos onde a benção (aparentemente) não chega.