Coração dividido Falam por aí que... Jeferson Viega D'Avila
Coração dividido
Falam por aí que o coração é enganoso. Do mesmo modo que o cérebro está dividido em dois hemisférios, o coração (que na verdade representa nosso interior) também possui essa divisão. Um lado quer confiar; o outro quer mergulhar na ansiedade e na preocupação.
Isso acontece por causa da confusão que existe entre ansiedade e medo. Embora ambos sentimentos fazem parte da nossa vida, o medo é uma reação diante de um perigo real e atual. A ansiedade é gerada por uma ameaça diluída que se espalha no tempo. Não se trata de algo imediato mas de um temor diante de possíveis perdas futuras. Essa situação de temor pode ser traduzida por insegurança.
O coração dividido é uma expressão da insegurança. Uma parte do nosso ser se preocupa mas enfrenta o problema e não vive ansioso porque confia e tem esperança. Outra parte do nosso ser vive numa constante ansiedade e persistente preocupação com o futuro e desenvolve uma dificuldade muito grande em encarar problemas até simples mas que, para um ansioso, é o maior dos desafios.
Esse fenômeno é muito antigo. Um salmista dizia para si mesmo: “Porque você está assim tão triste, ó minha alma? Porque está assim tão perturbada DENTRO de mim?”. Ele continua dizendo: “Ponha sua esperança em DEUS!” (Sl 42.11). Uma parte do seu ser dizendo para onde não olhar e a outra para onde olhar. Como um bom judeu, o apóstolo Paulo só não conhecia esse texto, como também sugere para seus leitores o que fazer para, ao menos, aliviar a insegurança que a ansiedade traz. Ele escreve para os Filipenses que devem encher suas mentes de TUDO o que é bom (Fl4.8). Sendo assim, é como se estivéssemos sendo aconselhados a “desequilibrar” o nosso coração em direção a uma vida mais segura e confiante. Os medos aparecerão com certeza! Mas eles precisam ser enfrentados com essas atitudes. Porém, o mais importante é saber que, nesse processo, não estamos sozinhos.