Muitas vezes reclamamos de alguém... António Aguiar
Muitas vezes reclamamos de alguém para uma, duas pessoas, mais ou só para nós mesmos. Muitas vezes nos incomodamos quando alguém invade nosso espaço ou nos faz algo que não agrada mesmo. As vezes odiamos alguém, mas quando nos deparamos com a essência de que somos todos um, wow, peraí….Quem já não ficou chocado consigo mesmo por pensar algo sobre uma pessoa e ver que se enganou ou algo foi desmentido? Putz, a consciência nos dá um choque instantâneo dolorido. Veja isto: as vezes estamos no trânsito e alguém está lerdo em nossa frente ou está em zig zag não tão assim ou simplesmente trafegando usando metade do carro em duas faixas e daí quando ultrapassamos para olhar e reclamar da barbeiragem, vemos um idoso de óculos com o pescoço esticado, rosto inclinado à frente tentando a todo custo conduzir seu veículo. Na hora ficamos tomados de vergonha e com peso. Nao precisa ser um idoso, as vezes a pessoa está tão desnorteada da vida, teve uma má notícia, uma decepção ou vive uma dor muito grande. O exemplo do trânsito , não tem fronteira , pois fazemos dos nossos cockpits pessoais um tribunal implacável, sem perdão ao buzinar, xingar , julgar e sentenciar alguém.
Saindo do asfalto e indo para a socialização, por mais que alguém seja odiado, mal visto, caçoado ou seja lá mais o que, não podemos esquecer que ali reside uma pessoa com sentimentos, traumas ou mecanismos para defesa que não conseguimos entender, então é mais fácil não se importar e já entrar no efeito manada das opiniões inseridas no coletivo, crenças ou tentamos repousar nossa consciência naquilo que não importa mesmo.
Somos tolos demais, muitas vezes!
Então, tentamos ser mais humanos para compreender e respeitar o que é avesso àquilo que pensamos, queremos ou acreditamos, pois desta forma será possível construirmos mais pontes com o criador, fazer mais amigos e sermos pessoas melhores! Que assim seja!