Mães e filhas... Sempre uma estranha... Marcial Salaverry

Mães e filhas... Sempre uma estranha relação...
Por razões que a própria razão desconhece, nem
sempre se entendem bem... Por que será?
Osculos e amplexos,
Marcial

MÃES E FILHAS NEM SEMPRE SE ENTENDEM
Marcial Salaverry

É meio complicado abordar este tema, pois nunca alguém conseguiu explicar o porque dos desentendimentos que quase sempre ocorrem entre mães e filhas. Acontece que por vezes as mães se esquecem que já foram filhas, e estas ainda não sabem o que é ser mãe, e assim começa a origem do problema, pois as mães se esquecem de todas as dificuldades de relacionamento que viveram. E as filhas sequer imaginam que ainda vão viver tudo isso. E apenas um diálogo saudável e sincero pode esclarecer as coisas para os dois lados...

É preciso levar em conta que para as mães, as filhas nunca crescem. São sempre aquelas menininhas que sempre pediam para que a mamãe resolvesse seus problemas. E as filhas sempre já se consideram lidimas donas de seus narizes.
Quando crianças, as meninas sempre vêem as mães como suas "ídolas". Espelham-se nelas para tudo. E as mães acham que será por toda vida assim, e então as mães se acostumam a ser requisitadas para tudo. Qualquer dúvida, a mamãe esclarece. Para qualquer problema, consulta-se a mamãe, que tudo sabe, tudo resolve, só que a mamãe se esqueceu de passar a sua menininha "dentro da asa do tacho", e ela, infelizmente cresce. Vira adolescente, e então começam os problemas.

Logicamente a ex-menininha começa a ter idéias próprias, começa a ter suas amizades, a conversar com pessoas com outras idéias, e começa a fugir da "proteção materna", ainda mais com o advento das tais "redes sociais", onde pululam conceitos e preconceitos nem sempre saudáveis... Acontece que por vezdes as mães relutam em acreditar que a menina não é mais uma menina. Está saindo de dentro do ovo, e não quer mais aceitar as idéias agora ditas "ultrapassadas", e que até pouco tempo atrás eram verdades absolutas. Claro que a mãe se recusa a aceitar essa mudança, e assim começam as primeiras crises domiciliares, e a situação pode se agravar com o aparecimento do pior inimigo das mães. Aquele monstro perigoso chamado "namorado", que marca o limite de território, e é assim que a guerra está declarada. A ex-menina não quer mais aceitar a ingerência materna, que por sua vez não aceita o "narizinho empinado dessa fedelha" .

A situação não precisa chegar a esse ponto que, felizmente não é mais tão comum, e para tanto, basta que, ao notar que a menina está crescendo, a mãe comece a dialogar cada vez mais com ela. Ao invés de ser a "toda poderosa que tudo sabe e manda", ela deve começar a ser a amiga da filha. Aquela a quem a menina pode fazer confidências, que sempre está pronta para ouvi-la e trocar idéias e informações. Principalmente informações, e que mostra começar a aceitar suas idéias e novos ideais, e isso se consegue através de diálogo, troca de idéias. É preciso conhecer-se o que começa a passar por aquela cabecinha, já não tão oca, há que se entender que ela tem necessidade de novas amizades, conhecer outras coisas. Só com a troca de idéias pode se evitar muitos problemas...

Transformando-se numa aliada da garota, passando a ser sua amiga, trocando confidências, evitam-se muitos desentendimentos.
Então, a coisa não é tão feia assim. E se por acaso a situação estiver deteriorada, o melhor a fazer é procurar um diálogo. Nunca é tarde para que se inicie a trégua, e assim descobrir o ponto de desentendimento, sendo necessário entender que as coisas não se resolvem através de imposições, nem do famoso "eu sei o que é bom para você". E onde fica o livre arbítrio? Muita conversa, gente, ainda é um bom remédio.

Bem, a verdade é que não sou mãe e nem filha, mas fui um observador atento de muitos casos semelhantes ao que foi acima dito, e com resultados os mais diversos. E por causa da falta de um bom diálogo, muitas mamães foram precocemente promovidas a vovós, para não falar de outros problemas muito mais sérios, que podem acontecer por falta de um diálogo esclarecedor, de muito carinho e compreensão...
Sem duvida alguma, os melhores resultados foram conseguidos com a palavrinha mágica: DIÁLOGO.

Então, dialogando bastante, espero que tenhamos UM LINDO DIA, não sòmente no Dia dos Mães, mas igualmente nos 364 outros dias do ano...