O Poeta escreve. Mas nem todos... Ricardo Melo
O Poeta escreve.
Mas nem todos entendem.
Equivocadas leituras,
Olhos que lêem e não sentem,
Incapazes de decifrar a ligação do Poeta com suas ilusões,
Não podemos subjulgar o verbo leitor e nem o apreciador,
Nem acusar os curiosos e invejosos,
Busco saber para entender,
Porém não cito os olhos vazios que se enchem ao apreciar uma poesia,
Entre uma leitura e outra contém palavras e corações frágeis,
Abro as cortinas para estabilizar o campo magnético que insiste em me deixar calado,
Ah! Poemas que retorcem até as vísceras do leitor,
Ah! outros que causam fúrias,
O Poeta escreve o que sente,
O Poeta escreve como um louco qualquer,
O Poeta é assim,
Ele escreve uma verdade e dizem que é mentira,
Ele inventa uma mentira e a maioria jura ser verdade,
O cérebro do Poeta flui,
O cérebro do Poeta é como uma cachoeira,
Jorram milhões de litros d'água de uma só vez,
Ele fala do amor enquanto na verdade é puro ódio,
Ele fala do ódio enquanto é puro amor,
Sua brisa que bate em sua face,
Nela própria ele mata sua sede,
Na alma do Poeta há fantasmas,
Na alma do Poeta há uma fonte de águas cristalinas,
E tem momentos que essas águas se tornam tão sujas que fazem ele perder o equilíbrio dentro da sua própria inspiração,
O Poeta inspira,
O Poeta que é Poeta faz arte onde não tem sequer uma letra,
Ele as cata,
Entre as lutas das dores e dos versos chorados,
Ele limpa as lágrimas onde não há sequer uma gota derramada,
E muitas vezes em suas ilusões é um oceano transbordando dentro de si afogando o seu coração.....
Autor: Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.