Eterna saudade Quando se trata de... Jorge Ramalho
Eterna saudade
Quando se trata de você a saudade é uma constante. Não há um dia em que não aperte o peito, em que não haja uma vontade incontrolável de te abraçar de novo, em que eu não imagine como seria compartilhar momentos com vc. Nenhum dia é fácil. Que todos nós iremos morrer algum dia todos nós sabemos. O que não sabemos, até que alguém que amamos muito nos deixe, é que a morte não morre nunca. Fica ali, latejando, todos os dias... vivi, naquele dia, uma das maiores dores que senti até hoje… cada data comemorativa. Cada ritual. Cada dia da sua rotina. Tudo será novo. E precisará ganhar um outro significado depois de uma experiência tão dolorosa quanto a morte… O mundo está igual, a vida continua, as pessoas seguem suas rotinas. E, por mais que você saiba que a vida tem que continuar e esteja fazendo isso, você nem sabe como está fazendo. A morte escancara a nossa fragilidade e mostra, da maneira mais cruel, que não temos controle de nada. Não tem como fazer o tempo voltar. Não tem como ressuscitar quem amamos. Não tem nada que você possa fazer para sair dessa realidade. Acabou. Às vezes as lembranças invadem meus pensamentos, e a saudade me toma as certezas, me preenche novamente com aquele vazio gigantesco e me tira do eixo, até que as emoções se assentem novamente. Sei que volta e meia serei inundado por estas sensações, e tenho a certeza que nunca passará, ameniza, mas NUNCA passará. A forma como você reage, esta sim se abranda, mas o sentimento de perda, percebo cada vez mais profundo e enraizado em meus dias. Jamais imaginei que o luto devesse ter data marcada para terminar. Para mim luto é enquanto a pessoa me fizer falta e, neste caso, é para sempre. Se existe um alívio melhor que chorar e deixar as lágrimas apenas escorrerem em silêncio, eu ainda não descobri qual é. Mas tenho certeza que, ao menos para mim, dopar meus sentimentos com medicamentos e fingir não sentir nada jamais solucionará meus problemas. Quando alguém disser: “Não chore!”. Teime e chore sim. O choro é necessário, a tristeza é saudável. Mas a maior de todas as coisas que eu aprendi é que, se mil vidas eu tivesse, mil vidas eu aceitaria enfrentar essa dor, apenas pelo prazer de todo o antes que vivi ao seu lado, meu irmão. Se ter a história que eu tive exigia carregar esta dor, eu a carregaria mil vezes sem a menor dúvida. Com o luto eu aprendi a jamais me arrepender de amar. Você, Alan Sérgio, sempre estará em meu, em nossos corações!