Escrevo como quem pede um abraço e... wiliam de oliveira
Escrevo
como quem pede um abraço e convida um vizinho
como quem perde o passo e busca um novo caminho
como quem pede auxílio e se asfixia com o ar
como quem vive em exílio e se afoga no mar
como quem se liberta e também se disfarça
como quem se desperta e não se diz farsa
como quem se soma e reparte foi mas nunca partiu
como quem na terra foi marte e da arte pariu
Escrevo enfim, para conversar com a morte
e perfumar-me de incenso, quem sabe, azarar a sorte
e não morrer de silêncio