⁠Mistérios da vida Na Universidade... Ricardo Melo

⁠Mistérios da vida Na Universidade que sonhei em me formar,
Se eu não me engano,
Nunca sonhei,
E se sonhei,
Esqueci que sonhei,
Os fatos eu não me recordo,
Mas ... Frase de Ricardo Melo.

⁠Mistérios da vida



Na Universidade que sonhei em me formar,
Se eu não me engano,
Nunca sonhei,
E se sonhei,
Esqueci que sonhei,
Os fatos eu não me recordo,
Mas sei que desperdicei sem saber o que estava perdendo,
Mas bem me lembro,
Um vento soprou ao contrário,
E inundou os meus caminhos,
Perdi a direção,
Fiquei por anos sem saber onde nascia o Sol,
E quando ele me aparecia,
Não sabia o seu paradeiro,
Ele apenas se escondia,
Incompreensíveis são os Mistérios dessa vida,
Emprestei algumas silhuetas e nelas me inspirei,
Me entrelacei com a natureza,
Balbuciei em poças de lágrimas,
Dei risadas sem saber o real significado da alegria,
Arranjei risos,
E no outro dia queria entregar a alguém,
Me deparei comigo mesmo,
E acabei jogando tudo fora,
Porque não soube adequadamente usá-los,
Nas turvas estradas,
Perdi o sentido da volta
E fui buscando respostas,
Me perdi no universo que me devorou,
Busquei essências,
Busquei na ciência,
E os poemas inspiradores foram me consumindo,
Mudei a sintonia,
Troquei a frequência,
E com os satélites eu pairei pelo espaço,
Fiquei mudando de um lado para outro,
Lá de cima,
Tentei mirar em antenas para transmitir minhas mensagens,
Tudo em vão,
Desloquei minha alma do meu corpo,
Cattleyas da minha imaginação tentei distribui-las,
Mas o comércio na época não foi muito propício,
Mesmo assim,
Ampliei meu Jardim de inspiração,
Orquídeas das mais variadas espécies,
Rosas vistosas da mais alta qualidade,
Fui classificando-as,
Por cores e seus odores,
Adaptei em meu próprio olhar,
Palavras e cores que combinassem com tudo que vivi,
Ainda estou em fase de bruscas procuras,
Esses mistérios eu ainda acharei,
Mas de todo modo eu não posso reclamar,
As canetas que não me deram um canudo,
As joguei,
As cartolas caíram de minha cabeça e se afastaram de mim,
E por necessidade,
Eu delas me afastei,
Mas tive meu lápis colorido e inacabável,
É com ele que sigo meus instintos,
Por mais simples que ele seja,
Eu escrevo , erro e apago,
E foi ele que me nomeou como um lavrador,
Com ele,
Eu conheci a relva e a selva,
E tive dias de espetáculos como boiadeiro,
Tive a honra,
De ser um grande caminhoneiro,
Tive pedras no caminho,
E pisoteadas pelas estradas eu deixei,
Marquei com tinta verde meu futuro,
Informatizei um pedaço de minha história,
E escrevendo eu vou chorando,
Compondo eu vou cantando,
E sorrindo mudo eu vou criando,
Assim são os mistérios da vida,
Que jamais saíram de mim,
E eu nunca fiquei,
Caído no chão dormindo....


Autor: Ricardo Melo.
O Poeta que Voa