Horas de solidão. Como sempre, A... Ricardo Melo
Horas de solidão.
Como sempre,
A dose se repete,
Assim são os meus dias,
Quando não é pela manhã ou tarde,
É nas noites que emergem meus devaneios,
Ao contrário disso,
Amanheço delirando,
Ou durmo pela manhã,
E a tarde fico acordado sonhando,
Um café
Um cappuccino,
Ou um copo de vinho para variar,
Música sertaneja ou popular brasileira,
Estou sempre em casa chorando,
Pelas ruas me procuro mas não me acho,
Ando pelo quintal e ando pela casa,
E nada me faz aquietar,
Fazendo poemas,
Restaurando planilhas,
Lendo cartilhas da infância,
Me envolvo naquilo que estou fazendo,
Por inteiro começo arrepiar,
Lágrimas verdadeiras de uma solidão,
E lágrimas disfarçadas que insistem fazer de conta que não são,
Para não dividir aquilo que me corrói por dentro,
Tomo uma dose de dor,
Após,
Uma dose de saudade para não parar de chorar,
Para remediar,
Um limão para acabar de azedar,
A garrafa de vinho ja está transparente,
Vazia com poucas gotas para secar,
A cafeteria cansada ja nem funciona mais,
No coador,
O extra forte café,
Cafeína pura para não dormir,
E sigo assim,
Bebendo e perambulando,
E fica na memória,
As horas marcadas de uma solidão,
Tentando cada vez mais,
Me devorar....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.