Às vezes as palavras são... Mayara Secco

Às vezes as palavras são insuficientes, incapazes de descrever o que estamos sentindo em determinados momentos. Há horas em que você sente um aperto forte no lado esquerdo do peito... Pode ser ao ver a foto de um velho amigo, que hoje está distante, ou de ler uma carta antiga, ou mesmo de ter tido uma simples lembrança de tempos passados, de como tudo era tão bom... Velhos tempos... Tempos em que não era necessário se preocupar com nada.
E aí, vem tudo... Vontade de voltar atrás, de fazer aquela coisa que não tinha feito quando deveria... Sim, aquela coisa, de que você se arrepende até hoje. Vontade de ver seus antigos amigos e, mesmo que a amizade não fosse como antes, correr para dar um abraço apertado, mesmo que não diga nenhuma palavra, só um único abraço que serviria para dizer coisas como “mesmo longe, eu não te esqueci”, “que saudades que eu tava de você, amigo”, “nossa, foram muitos bons os momentos que passamos juntos” ou mesmo um “sei que é tarde, mas me desculpa pelo que eu fiz há anos”.
Às vezes, as pessoas vão vivendo, correndo atrás de seus objetivos, porém esquecendo de seus valores básicos, os do princípio de tudo, tais como: honestidade, sinceridade, verdade acima de tudo, confiança e lembrar de que não se alcança nada sozinho, que se precisa de alguém para que você possa se apoiar quando estiver caindo, de alguém para te guiar quando você estiver no escuro. Pois existem muitos que chegam ao sucesso, mas chegam lá sem valores, sozinhos.
Então, eis a questão: será que eles realmente alcançam o sucesso? Isso é de cada um, mas para mim, particularmente, só quem chega ao verdadeiro sucesso é aquele que ama, sofre, ri, chora, sai para se divertir, e - por que não? - é passado para trás.
Mas ele sempre consegue ultrapassar os que lhe deixaram de lado, com ajuda de poucas pessoas, que estão sempre ali o auxiliando. Então, eis o verdadeiro sucesso: o que chega ao topo, alcança o tão esperado sucesso, depois de ter passado por todas as emoções, por todas as experiências da vida. Porque, como diria Clarice Lispector, você tem que arriscar sem se preocupar em entender, pois entender ultrapassa todo o entendimento.