Ah vingança, vingança, vingança...... Paulo Desarel
Ah vingança, vingança, vingança... Por que tu és assim? Por que não consegues perdoar? Por que tu maquinas teu alvo à espreita do teu intento violento, egoísta, quando teus lábios espumam o fel da maldade, destilando tua ira com sentimentos sôfregos respirados profundamente desde as tuas narinas até os porões sombios do teu ser?
Por que não te quebrantas com o céu, estrelas? Não te emocionas com os pássaros ou a luz do sol a aquecer tuas penas?
Quando aprenderás que o teu destino é sempre sombrio e servil?
Por que tu és assim?
Porque serves a ti própria! Serves ao teu orgulho e prepotência!
És escrava do teu Ego que ulula tuas mágoas, tuas feridas, teu sofrimento!
Escrava és do teu pensamento erronio de que és perfeita, imaculada, infalível!
Não perdoas porque não podes, não perdoas porque pensas que és deusa!
Alijas o errado pra longe de ti, afasta da tua tez todo aquele que não compreende ou aceita, que não pensas como tu. És fria, és resoluta, és cruel porque te colocas no teu pedestal de adoração quando te veneras a ti própria com lábios melosos de elogios sem fim.
Ah, vingança, teu destino será a solidão, teu fim será a dor lancinante do desprezo, justamente daqueles que um dia te amaram.
Quando aprenderás que a base da evolução passa inexoravelmente pelo belo, mas pra ti estúpido, amor?