⁠O que me seduz? Seduz-me a sabedoria... Giovane Conink

⁠O que me seduz?
Seduz-me a sabedoria absorvida da vida, aquela que nasce do que se aprende, aquela que se aprende com os erros. Admiro aqueles que sabem que erram, mas evoluem um passo a mais sempre.

Lastimo quando alguém erra sempre no mesmo ponto e nem se dá conta.

Seduz-me o bom humor, o riso honesto, seguir em frente sem esmorecer, rir da vida sem desesperar, continuar a brincar mesmo depois de ter esfolado o joelho.

Seduz-me a verdade, acima de todas as coisas, a verdade, não aquela nua e crua (dura), mas a verdade simples.

Seduz-me o interesse claro, não aquele no decote, mas o interesse que vai além do meu corpo, o interesse pela minha alma, do que sinto, do que me move.

Seduz-me o dom e a delicadeza de me fazer sentir especial, único, querido, desejado. Seduz-me a persistência na minha presença. Não a presença para preencher vazios, mas aquela que faz de mim a única audiência necessária.

Seduz-me a conversa aberta, franca, sem que seja invasiva, curiosa ou indiscreta. A gentileza, o tato, o contato, o olhar. Eu não quero um olhar que me dispa, eu quero um olhar que me desvende.

Seduz-me a sede de conhecimento sem preconceito.
A individualidade sem egoísmo. A generosidade sem espera da troca.

Seduz-me a liberdade sem promiscuidade, sem desconfiança, sem mau aproveitamento da confiança conquistada. Seduz-me o respeito pela minha pessoa, a minha vida, os meus sonhos, por aquilo que me deixa feliz.

Seduz-me a alegria, o olhar sob os milagres, a consciência de que somos abençoados todos os dias pelo dom da vida.

Então eu percebo que não estou a querer nada de mais. Só alguém para dividir comigo um lugar nesta viagem que é a vida. Alguém que não torne a viagem pesada, ou que tire a graça que eu sinto no percurso. Alguém que consiga ver na minha alegria a sua alegria, e que seja o tipo de companhia que faz a viagem melhorar com a sua presença.

17/09/2016