“Quando morrer” Se a morte vier e me... Lurdes Bernardo
“Quando morrer”
Se a morte vier e me quiser levar
Entrego o meu espírito para descansar
Na graça divina me quero abrigar
Minha alma em paz quero repousar.
Meus bens terrenos de nada me valeram.
Fui mais fiel àquilo que me ofereceram.
Estimei muito o amor que me devotaram.
Fui uma idealista a quem não prezaram.
Aos que me estimaram...quero agradecer
Amaram-me em vida...enquanto criatura.
De quem em vida tanto me fez sofrer.
Nem flores quero ter na sepultura.
Meus amigos amei profundamente.
Dividi com eles pouco do meu ser.
Deles fui muito amiga.
Mas lhes dei muito pouco do meu viver.
Que fazer com a distância
Que nos privou dessas exultações
Mas ficaram para sempre na lembrança
Instantes passados...boas ocasiões.
Amei muito as minhas alegrias.
A vida fantasiei de várias cores.
Quis muito viajar, conhecer mundo
Perdurei por esse desejo profundo.
Algumas vezes espinhosa
Hoje colorida e maravilhosa.
Teve porém o condão de ser
A vida que Deus me deu para viver.