Quando o nunca parece ser abstrato A... Anele
Quando o nunca parece ser abstrato
A zona de conforto se divide
É preciso saltar
Não que seja necessário lutar
O que importa é enfrentar
Quando a menina chama seu nome
Escute o tremer das cordas vocais
O entrelaçar dos anjos na cadeia
Nada importa quando não há paz
Bate o coração de madeira
Centrípetos polegares grudados em juramento
Nasci em um tempo de chão
Terra e barro, bem na contramão
Aqui sem mata
Me distinguo por ter um bom coração
As vezes as luzes ofuscam tudo
As vezes isso deixa a cidade sem emoção
As vezes o que quero é um abraço coletivo
Aprender que quem samba dança
Digo isso para um menino
Cheiros diversos no ar
Substâncias e moléculas
Não sei o que estou a respirar
A árvore de concreto
Eis um mito sem sentido
O humano cresce
E destrói o mundo
Existe amor dentro do corpo
Que pulsa conforme a música
Eis a forma mais bonita de expressão
O olhar de uma paixão
Eis que nem sempre corresponde
O amor come o tempo e come a saúde
Eis que muitos se descontrolam
Perdem a noção do que as embalam
Nasci em um tempo igual a de muitos
Porém muitos estão longe de mim
São diferentes,
Na minha cabeça crio mundos sem fim
Onde gente é louca como eu
Onde sou normal como todos
E onde pouso sem controle
Gente que nem eu
E eu como todos