Inobstante livres. Embora... Hélio Mendes Veiga
Inobstante livres.
Embora controversos e aquém do que nos imaginamos,
Inobstante, somos livres a trocar lentes e nos resignificarmos.
Embora opaca existência e nada parece com o que transparece.
Inobstante, somos livres a encantar com inédito, virginal e irrepetível.
Embora inserte num ensimesmado cipoal das divagações,
Inobstante, somos livres para burlar as nuvens que turvam percepções.
Embora boçal e o furbesco estimule desprezo pelo mundo,
Inobstante, somos livres mitigar a fissura do que poderíamos ter sido.
Embora o gabola estriba-se em apequenar-te ou reduzir tem seu valor.
Inobstante, somos livres as insígnias da nossa potencialidade intelectiva.
Embora iminente o desalento de estar dentro e fora ou estar sem estar.
Inobstante, somos livres a não aquiescer ao sofismo e vieses arbitrários.
Embora recorrente torpor inebriante da repetição sem sentido,
Inobstante, somos livres ao recuo crítico longe de quem não se espera nada.
Embora transcorra altercação do pode não pode e portas fechadas,
Inobstante, somos livres ao sinal do divino onipotente em caminhada.
Embora amiúde coercitividade social a qual enseja ideia de abnegação,
Inobstante, somos livres a granjear ousadia jogando luz na percepção.
Malgrado aos desprazeres, angústias e desencontros de existência,
Inobstante, somos livres a transpirar excelência e quão gratificante transcendência.