⁠Um amor que morre Nunca é belo de se... Lori Damm

⁠Um amor que morre
Nunca é belo de se ver.
É fim de chuvarada
Lama no sapato,
Maquiagem borrada
Vento embaraçando
O cabelo na boca,
Um guarda-chuva sobrando
Depois que saiu o sol...
Um amor que morre
O faz tão indignamente
Que busca morrer a noite
Longe de olhos ou gentes
No vazio das madrugadas.
Morre nos olhos fechados
E na vontade de nada
Nas palavras não ditas
No abraço que esfriou
No beijo que já não quer.
Um amor que morre
Nunca é belo de se ver.
É de uma apatia estranha,
Quer viver já não pode
Quer respirar não tem ar
Quer retornar já se foi
Expira e deixa de ser.
Lori Damm (Contos, Crônicas e Poesia)