Alicia era doce, doce como o mel.... Alguma aí.
Alicia era doce, doce como o mel. Carregava o tempo todo, todos os dias, uma caixa. Uma caixa pequena, dentro de si. A caixa de tão presente já fazia parte de si. Alicia sabia da caixa, temia a caixa, mas, por medo de não senti-la mais, ela continuava a carrega-la. A caixa tinha o peso do mundo. O mundo dentro do peito de Alicia. Alicia as vezes queria arranca-la com suas mãos, mas não se permitia. Para Alicia aquela caixa a completava. Alicia tinha medo do que a ausência da caixa a traria. Alicia um dia entrou na caixa. Sem saber como ir, aonde ir, e chegando lá, sem saber como voltar. Alicia se perdeu. Se perdeu dentro de si. Alicia se perdeu de si. Alicia já não se via mais. Já não queria mais se encontrar. No fim, Alicia se foi. Para onde a caixa a permitiu ir.