(Des)esperas A espera é sempre... Bia Pardini
(Des)esperas
A espera é sempre ameaçadora
e dominadora.
A espera da sentença
do tempo
de ouvir a desavença.
A espera do contratempo
do sentir
do falar e de calar.
A espera de ontem, de amanhã
o medo de esperar
nunca no divã.
Todos esperam por alguém
ou alguma coisa ao contrário
de hoje, sem horário.
Nunca a dor e sim a cura.
Por fora aspecto frágil
por dentro sem ternura
aos gritos.
Um naufrágio!
Com olhar longínquo
restrito
em silêncio sem atrito
nem delinquir.
Na chegada ou na partida
a espera do sair
na fila e no entrar
controvertida
ou de nunca mais voltar.
(Bia Pardini)