Minhas Crônicas O REVELAR DO QUE É... Rafaela Portilho
Minhas Crônicas
O REVELAR DO QUE É BELO
Nas manhãs em que as nuvens estão encobrindo a luz dos raios de sol, o sorriso dele parece ser a única coisa capaz de me iluminar. E nas noites mais escuras, os olhos dele são como lanternas de vagalumes, têm um brilho cintilante, capaz de me fazer perder o medo do desconhecido. Capaz até mesmo de me desafiar a abandonar meus segredos e viver as coisas que nunca me permiti, construindo uma nova face de uma beleza que eu antes nunca vi..
Quando estamos juntos, sinto que minha aura está na mesma sintonia que a dele, como se fôssemos duas partes do mesmo propósito, aprendendo sobre a essência um do outro, desenhando nossas histórias nas nuvens brancas do céu. Toda a insegurança se desfaz, e juntos nos tornamos um só, tal como as notas musicais dando vida à uma canção.
Estar com ele me traz a leveza de uma brisa de outono, me traz a alegria de uma criança ao ganhar um presente de natal. Tal como se fosse chocolate derretendo no céu da boca, é essa sensação que estar com ele provoca em mim. Tudo entre nós floresceu com a mesma naturalidade do nascer de um novo dia, fluiu como a intensidade das águas de uma nascente tomando a superfície de uma terra seca, tornando habitável o que antes era inóspito, povoando de esperança os corações que outrora sofreram com tantas decepções.
Hoje a gratidão é o que me transborda. Tê-lo encontrado deu sentido àquilo me propus a viver. Eu me lembro das vezes que chorei enquanto pedia a Deus por alguém como ele, que pudesse entender que embora eu não fosse tudo o que quero, fosse capaz de abraçar tudo o que me esforço para ser. Quando ele chegou, eu soube que que Deus havia me honrado, e que nenhuma das lágrimas derramadas foram em vão. Sinto-me totalmente tomada pela decisão de ser dele tanto quanto pertenço a mim mesma. Com ele, é como se o mar não fosse tão furioso, consigo admirar sua calmaria, mergulhar nas emoções borbulhando em meu peito e ainda assim, sentir-me calma, sem preocupações se vou me afogar ou se vou perder o chão sob os meus pés.
Nunca soube ao certo qual seria o tempo certo, mas eu sempre acreditei que ele haveria de chegar. Por vezes meu coração se tornou deserto, e houve vezes em que eu fraquejei na minha fé. Por tantas vezes eu tive que levantar sozinha, depois das quedas que sofri por causa da minha precipitação, mas o amor que eu carrego na alma, ensinou-me a ser mansa, fez-me entender que para ser livre, eu precisava me desprender daquilo que eu já conhecia e entregar-me ao Criador por inteira, para que só então eu pudesse me reaprender.
Tudo agora é diferente, quando olho para trás, não vejo mais um passado tentando me engolir. Finalmente me sinto vaso moldado pelas mãos do melhor oleiro, capaz de armazenar e doar minha bondade sem nunca me esvaziar, e agora não trilho mais meu caminho sozinha, aquele que Deus me prometeu me acompanha e a sabedoria das suas palavras e ações, serão sempre minha inspiração, porque o seu coração manso e seu espírito de adoração completam minha alma apaixonada e o meu desejo de viver para Aquele que nos amou primeiro.