Foi naquela noite de março que... Cristian Stassun
Foi naquela noite de março que sonhamos viver para sempre juntos... era um dia só, perdido no meio de tantos outros, eram todas as mentiras que nossas mentes permitiam contar, todas espumas misturadas com sentimentos transbordando pela banheira, seu corpo no céu quando erguia com a força dos meus braços, suas coxas entrelaçadas nas minhas roçando com suor nossas intimidades, o calor da água esquentando nosso sangue em prantos, eram mais sonhos em nossa boca do que estrelas no céu, mais horas vividas do que cabiam em centenas de anos. Eu ali no cantinho do quarto, era o escolhido por você, encolhido na escuridão, pensando quanto tempo iria aguentar tanto amor. Não era, depois de anos, um sentido comum, eram todas as portas abertas, todas as chaves jogadas no chão, todas diferenças somadas com intensidade. A caixinha de amor dentro do seu peito estava tão livre, que nem questionava que loucura de amor estava vivendo, se era amor ou loucura, se era um trem carregando tanto sentimento ou era uma faísca de segundo numa caixinha de fósforo. Talvez os amores que vem assim, bem no meio de sua vida, são puxados da fila de corpos livres lá fora, são deitados sobre uma cama de carícias e depois vão. Nenhum amor em vão leva... mais lágrimas do que necessita. Nenhum amor em vão leva... mais lembranças do que precisa. Amor sempre é vento, acende a chama e a apaga, fecha a porta e vou embora...