Centro da Cidade Caminham sérios... H Patria
Centro da Cidade
Caminham sérios como penitentes de batina,
Que tipo de grito espalha toda minha gente?
O mesmo do pedinte solitário seguindo sua sina?
Ou o choro lancinante de qualquer indigente?
Há um grande espaço vazio entre cada esquina,
Que se povoa de pedaços de ilusão ingenuamente,
Num doce olhar grisalho ou no sorriso da menina,
Que se aperta no trem lotado sofregamente.
Então, fatigada e inerme a cidade sua...
Passam-se as horas, o tempo, a vida e até a rua
Cujo nome se perdeu na ladeira da memória.
Prédios, sonhos, monumentos... tudo é história.
Quando o velho farol da praça se abre de repente,
Automóveis, motos, almas partem velozmente.
H Patria
1984 Janeiro.