Não te demores a ir se a ti meu peso... M Clara M.
Não te demores a ir se a ti meu peso por completo recai-se. Não me mintas palavras vagas se em teu peito meu veneno guardas. Não te deixes enganar, o mais abrupto dos gelos há de degelar. A mais ferrenha rocha há um dia de se sedimentar. Meu perjuro coração há um dia de se rachar (embora já esteja aos pedaços).
Não há ritmo capaz de seguir meu compasso, vaqueiro a prender-me no laço, droga a sanar meus espasmos. Não vingo neste chão, Terra não há de me ser um lugar, meu planeta não é este, é dor a me tomar.
Não te disse, quem diria? Amor, meu caro amor, nada fácil é me amar. Juro-te aos prontos, das tarefas, é a mais árdua a se dominar.
Cravos e rosas entalam meu esôfago, para cada flor a vomitar, há um espinho tomando frente a me perfurar.
E ao final, nada há de mudar, sairemos feridos como cravos, e como rosas a nos despedaçar.