Com quantas dores forma-se uma alma,... Jossana Rocha
Com quantas dores forma-se uma alma, madura, experienciada?
Quando de caráter se precisa ter para não se contaminar com tanto caos?
Quantas madrugadas em claro, repensando uma vida estagnada, cansada?
Quantos amores perdidos para que se chegue ao êxtase da solidão?
A vida, condenada por não passar de um mar de interrogações…
Os que pensam, respeitam e valorizam, afogados em um mar de negligenciações…
Em qual momento da vida torno-me sombras, vagando uma débil existência?
FE LI CI DA DE existe? Certamente não. Instantes apenas. Procurá-la é vão.
Somos seres blindados, fugindo da entrega, num círculo vicioso de incertezas.
Almas marcadas, manchadas, feridas, que insistem na histeria de sonhar…
Que insiste ferozmente no desejo de cuidar, de viver, de amar.
No fundo, temos medo de findar a vida sem memórias de quando o tempo pára…
De quando a alma vibra e agradece. Vivemos em prol de instantes…
Vivemos (ou vagamos) em busca do que faz pulsar, vibrar, amar…
Um eterno doar-se, por que, no fundo, só o amor faz sentido!