Direito de exprimir livremente minha... Arcise Câmara
Direito de exprimir livremente minha opinião
Todo mundo sabe que para haver convivência, é preciso ter tolerância, mas na prática isso é bem difícil porque sempre um parceiro exerce mais influência sobre o outro, ou seja, não é tão simples quanto possa parecer à primeira vista.
A gente reforça o positivo, aprende por insight, coloca energia em outras prioridades no momento e pensa: o que é problema para uma pessoa pode não ser para outra, mas quando somos encorajadas a expressar nossas opiniões vem a teoria do condicionamento para atrapalhar.
Restabelecer o equilíbrio não é fácil, a lei do efeito é dura, às vezes ele faz com que eu me sinta bem, em paz e segura, mas às vezes me sinto uma pessoa adulta que se sentiria bem em sua vida se estivesse solteira e participando socialmente da vida.
Em virtude de proibições sociais não me é permitido fazer o que eu quiser, perdi o meu estilo irradiante de docilidade, sei lá, estou nesse jogo que todas as mulheres do universo sonham, mas não me encaixo no casamento, tem que agradar muito, fazer comida, limpar, pensar em tudo, acho que filho pode ser menos trabalhoso, afinal não estamos tentando educar adultos.
As coisas importantes ganhavam naturalidade, oferecer um prêmio por fazer algo é o mesmo que declarar que esse algo não vale a pena ser feito por si mesmo, a gente vai tentando fazer pequenas chantagens para ter uma vida mais igual.
O interesse dele é sempre egoísta, sair com amigos, trocar de carro, comprar uma motocicleta, são sempre as recompensas de que ele merece e isso será bom para o resto da família. Uma recompensa deveria ser, na maior parte das vezes, subjetiva: autossatisfação pelo trabalho realizado.
O homem pode ver além dos obstáculos, a gente que é medrosa, chata, igual a nossa mãe e sempre somos impedidas de manifestar nossa opinião, ou ser capaz de pensar, refletir, discutir, participar, decidir o que quero e o que não quero, é muita frescura e falta do que fazer, ele diz.
Tento manter uma caridade refinada, aquela ajuda sem me apossar do problema alheio. Sou gente, sou ser humano, sempre me sinto bem quando estou junto das pessoas que nos agradam, que percebem minhas falhas e sabem que eu posso modificá-las.
Temos a tendência a rotular as pessoas, o erro dos outros é nosso próprio espelho, compreender as bases do preconceito é uma maneira de combatê-lo, devemos incentivar mais do que punir, orientar mais do que forçar e compreender mais do que julgar. Minha vida está uma gangorra emocional, me sinto e vivo no meio social desfavorecido, minha alegria, curiosidade, originalidade, adaptabilidade e clima de liberdade estão desaparecendo da minha essência e ninguém pode ser feliz pensando de um jeito e agindo de outro.
Precisava dizer tudo isso.