⁠Pensamos... E, este é o momento onde... Rê Pinheiro

⁠Pensamos...
E, este é o momento onde a emoção não se reprime diante da razão.
Enviamos uma simples mensagem para alguém e porcaria do aplicativo revela:
"mensagem enviada"
"mensagem entregue"
"mensagem lida" ...
Então a ansiedade sobe, à espera eminente de uma resposta, mas aquele que lê, não responde.
Então, pensamentos comuns tomam a mente, o tempo é um inimigo constante, e um dia com 24 horas já não é mais suficiente, numa pauleira de vida real, virtual e espiritual, o caos tecnológico nos tornou prisioneiros de atualizações. Atualizamos tanto que estamos desatualizados do que realmente importa.
Deveria constar no manual de ética e pratica de boas maneiras virtuais que visualizar e não responder, em praticamente quase todos os casos é uma conduta deselegante, que demonstra desrespeito por quem enviou a mensagem.
Mas onde caberia o respeito para quem mal sabe o sentido dos afetos? Deixamos de lado a primazia do relacionamento e o respeito é um verbo distante de ser conjugado no mundo atual.
Estamos com o mundo em nossas mãos, no entanto estamos a cada dia mal sabendo onde está nossas mãos.
Temos o Google, que tudo sabe e uma vida que nada vivemos.
Tanta informação e tanto desafeto.
E nada de um simples " oi" qualquer.
Depois de ver a mensagem lida deveria haver no aplicativo a opção de:
" mensagem ignorada"
" foda-se"
Porque somos tão idiotas que o primeiro pensamento é: " O que foi que fiz, falei ou escrevi de errado"?
Está é uma época que deveria ser intitulada como a era da indiferença, a indiferença vestida com trajes nobres de uma hipocrisia avançada disfarçada pela tecnologia, uma virtualidade que observando com atenção notasse claramente que mais se torna destrutiva que construtiva.
Um mundo onde o ódio se torna menos ofensivo e bem menos doloroso que a pratica do " tanto faz"
O que dói na alma, e nos derruba é dom do desdém, a indiferença, a pouca importância...
Estamos avançando tecnologicamente e desconstruindo a humanidade.
Falamos tanto de sentimentos e muitas vezes não sabemos discernir o que realmente sentimos.
Nunca, em nenhum outro tempo ouvimos tanto e não escutamos nada, falamos tanto e não fizemos nada!
São fotos filtradas de pessoas sem nenhum tipo de filtro. As mais belas paisagens e sorrisos notoriamente produzidos.
A falsidade deixou de ser apenas uma concepção do outro, passamos a ser falso com nosso próprio eu.
Pequenas e frágeis marionetes de um circo invisível, repleto de uma plateia anônima que aplaudem um espetáculo que jamais foi assistido, aí está o gigantesco mundo plugado em pequenos smartphones.
O mundo que se resume à espera de um ínfimo "oi", um mundo onde a deselegância se tornou tão habitual que não percebemos seu efeito.
Porque na rua se alguém passar e te desejar um bom dia, isto se você não estiver fixamente olhando para o celular esperando o bom dia de alguém, claro; você irá parar por segundos e responderá o bom dia!
Mas e aquele que visualiza, lê...e não se dá ao trabalho sequer de responder um "oi"?
Que sejamos ao menos educados em dizer: " estou ocupado" ou algo do tipo: " gostaria que não me escrevesse mais"
Exato, pode parecer grosseria, mas prefiro a grosseria a indiferença.
É muito mais notável ser franco, e até ríspido a ser indiferente, pois a indiferença causa um efeito letal nos sentimentos.
Nos tornamos cativos de um silêncio gritante, a angústia da espera de uma resposta alheia, e como viciamos, vivemos limitados e dependentes simples palavras que surgem, vindas de alguém, através de uma tela...
Antigamente para estar distante bastava morar longe, hoje estamos distantes mesmo ao lado.
Éramos separamos por quilômetros, e a ausência movia a saudade.
Hoje o que nos separa é a frieza, o tanto faz, a pouca importância que damos ao que realmente importa. VOU RESUMIR ESQUECEMOS DO PRÓXIMO>
Rê Pinheiro