O bem que praticamos, só fazemos por... Ket Antonio
O bem que praticamos, só fazemos por uma dessas três motivações:
1- Por justiça, porque é o certo a se fazer e nosso caráter não nos permitiria agir de modo diferente.
2- Por aprovação, porque buscamos reconhecimento, boa reputação e autopromoção.
3- Por investimento, porque desejamos receber gratidão, obter mérito e recompensa de retribuição ou fidelidade.
Quando apontamos a ingratidão em uma pessoa, fica exposto - e automaticamente evidente - o que nos moveu a sermos benevolentes, ou a termos uma atitude íntegra em alguma situação.
Pois a única relação que exige ou espera-se a gratidão (mérito por alguma recompensa) é a comercial; que é quando ofertamos vantagens para o cliente em troca de uma negociação e da sua fidelidade.
A gratidão nas relações fraternais, sejam elas de laços familiares ou de amizade, está mais para um sentimento do que para ação-reação. Logo, esperar gratidão nesses casos é impor uma condição para se relacionar. É querer um “toma-lá-dá-cá”, para fazer valer a nós mesmos o bem que fazemos ao outro. E isso não tem nada a ver com amor! Não com o amor ao próximo. Mas, sim, com o amor próprio, o amor narcisista.
Como diz em 1 Coríntios 13:4-9: O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Ser grato, em um relacionamento de amor, é amar!
Em essência, gratidão é um sentimento que nos move a fazer o que é bom, correto e justo, a quem quer que seja, de forma gratuita, por generosidade e integridade, não por vaidade ou por troca.
Esperar, e cobrar, gratidão da pessoa a quem se ajuda, além de narcisista é diabólico, barganha demoníaca, atitude opressora que emerge de um caráter orgulhoso e soberbo. Da mesma forma que ajudar apenas a quem nos ajuda não nos torna bons, e sim oportunistas de relacionamentos por conveniência.
Que ninguém nos deva nada pelo bem que fizermos. E que ninguém nos cobre com uma mão o bem que fez com a outra.
Minha fidelidade não está nas pessoas, mas sim nos meus valores e princípios. E minha gratidão é exclusivamente a Deus, porque é Ele quem age através de nós, para que o bem e a justiça se estabeleçam.
Aos outros, nada devo, a não ser o amor.