As delícias de um passeio no campo, o... Marcial Salaverry
As delícias de um passeio no campo, o verde, um regato rumorejante, o chilrear dos passarinhos...
Para cuidar do bom funcionamento da cuca, evitando o stress, não tem nada melhor...Concordam?
Passar uns dias no campo, é um trem maimiódibão, aravejasó..
Mas como nem sempre é possível, vamos relembrar, ou mesmo imaginar as delícias de um passeio assim...
É um modo de sobreviver ao tal do " distanciamento social..."
Ósculos e amplexos,
Marcial
É BOM CUIDAR BEM DA CUCA
Marcial Salaverry
Algo de que ninguém pode duvidar, é que uma das melhores terapias que existe para um esfriamento de cuca, quando precisamos nos livrar do stress a que somos conduzidos em nosso dia a dia normal, é sem duvida um passeio pelo campo, aproveitando a melhor medicina natural que existe, que é nossa querida e amada Dra. Natureza, e assim sendo, é importante saber aproveitar, se tivermos oportunidade de passar alguns dias que seja durante o ano numa fazenda, por exemplo, ou mesmo em um pequeno sítio, onde possamos estar em contato com a vida campestre, podendo usufruir das maravilhas que a Natureza nos oferece, teremos certamente uma oportunidade única para promover um gostoso reciclamento em nossa vida. É certo que por vezes certas circunstancias da vida nos impedem de faze-lo, mas podemos usar de nossas lembranças para reviver tais momentos, ou então pelo menos imaginar que podemos estar usufruindo dessas maravilhas da Natureza...
Imaginem, pelo menos usando o poder do pensamento ou das lembranças, como é ou pode ser a delícia de ouvir pela manhã, logo cedinho, ao invés do barulhento despertador ou do rádio relógio despejando notícias de crimes, corrupção ou covid em nossos ouvidos, escutar o distante mugir de uma vaca, ou o gostoso canto matinal de belo galo de cristas coloridas. Sem dúvida, um gostoso despertar...
Uma visita ao curral, para tomar aquele leite quentinho, diretamente da fábrica para o consumidor, é uma verdadeira delícia, e ainda podemos dar um toquinho de cidade, colocando um pouquinho de conhaque nesse leite... Certo que para quem não está acostumado com esse leite purinho, ainda pode dar um ligeiro desarranjo intestinal, mas o prazer de bebê-lo, compensa uma eventual ida forçada ao sanitário... E no campo então, até o cheiro ocasionado pela famosa "bosta da vaca", tem algo como perfume natural, basta um pouco de boa vontade, e incorporação ao ambiente para sentir que é melhor esse cheiro, do que nauseabundo fedor da fumaça das fábricas, poluindo o ar, e nossos pulmões...
Depois do gostoso café matinal, com o tradicional pão caseiro, feito no forno a lenha, ( já estou com água na boca, só lembrando), vamos a um gostoso passeio, visitando o chiqueiro dos porcos. A visão daqueles leitõezinhos de pele rosada, faz-nos repensar na vontade de deglutir um gostoso leitão a pururuca, pois os bichinhos são tão graciosos, que tira a vontade de comê-los, e assim sendo, para quem gosta demais do bichinho em sua segunda etapa, desaconselho a visita ao chiqueiro...
Depois de uma bela caminhada matinal, respirando aquele ar tão puro, limpando nossos pulmões da poluição da cidade, aproveitando aquela visão das campinas verdejantes, dos pastos cobertos de capim gordura, da beleza dos milharais que se estendem a perder de vista, sentar à beira de um regato rumorejante, deixar que nossos olhos se percam no movimento sinuoso de sua água sempre a correr "chuá, chuá... chué, chué... parece que alguém, que cheio de mágoa..." Bem, o pensamento voa, as recordações assaltam a memória, e a vontade que dá, é pedir ao Amigão que pare o tempo, ou melhor, que "pare o mundo que eu quero descer"...
Mais tarde, com a alma lavada e enxaguada, e a barriga já roncando, vamos ao tradicional almoço, aquela comida feita em panela de barro e fogão a lenha, aquele feijãozinho com toicinho e linguiça, sai água de minha boca, e a nova visão do leitãozinho, tão bonitinho com a maçã na boca, faz esquecer as disposições matinais, e isso sem falar naquela pinga vinda do alambique doméstico... E depois, a visão daquela rede balançando, barriguinha cheia, esticar o corpo e ficar apenas apreciando aquele verde que se estende a perder de vista, e os olhos se fechando, porque ninguém é de ferro...
Ao cair da tarde, caminhar até chegar àquele outeiro, para apreciar melhor o maior, e mais lindo espetáculo da Terra, a maravilha que é um por do sol no campo... Simplesmente não dá para descrever, só vendo mesmo, e se encantando, e lá, com o coração não cabendo dentro do peito, ver o breve e romântico encontro do sol com a lua, que vai tomando o lugar do seu amado sol, as estrelas que vão surgindo, convenhamos que verdadeiramente é uma emoção difícil de ser controlada... E é com olhos molhados pelas lágrimas teimosas que insistem em descer, que voltamos para a fazenda, para o famoso lanche da noite, e dormir ainda não totalmente refeitos das emoções vividas, e que serão repetidas no dia seguinte, e que irão se iniciar com o indescritível espetáculo que nos dá o sol, quando reassume sua posição no firmamento.
Claro que também existe a chuva, mas fica para outra vez, e hoje, seja no campo ou onde for, espero que todos tenhamos UM LINDO DIA, mesmo que apenas na força das lembranças ou de nossa imaginação, para tentar esquecer essa coisa chamada pandemia...
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"O caipira está andando de bicicleta pela estrada, quando de repente para um carrão importado ao lado dele, o motorista abre o vidro e pergunta:
- Por favor, amigo... Esta estrada vai para São Paulo?
- Sei não Dotô... ma si ela fô vai fazê uma farta danada pra nóis!"