A INSENSATEZ DA DESESPERANÇA Nossa... Elcio Jose Martins
A INSENSATEZ DA DESESPERANÇA
Nossa vida ficou muito atribulada,
Até meio atrapalhada,
Mesmo sendo governada,
Algo vai ficar pra outra jornada.
Para tudo falta um fim,
O tiro é de festim,
A lâmpada é de Aladim,
É do aspirante o espadim.
O tempero tá sem sal,
O ego do bem é menor que o mal.
A escada é em espiral,
Na confusão, vem o lapso temporal.
O cheiro é de relva seca,
A cozinha tá sem receita,
A febre é alta, parece maleita,
Por falta de chuva não tem colheita.
O Juízo tá sem juízo,
Os lábios e a boca sem sorriso,
Secou a grama do jardim do paraíso,
O rio de lágrimas está de sobreaviso.
Busca de algo, será o quê?
Sem resposta, qual o porquê?
Mas tudo teima em querer,
É chegada a hora de um novo caminho a percorrer.
A poeira fina tá levantada,
Ouvem-se os gritos e berros da manada,
A calça tá rasgada e a camisa tá suada,
A enxurrada foi danada,
Deixou pedras na calçada.
A porta é estreita e bem fechada,
Fugiram os desvios e encruzilhadas,
Velhas doutrinas foram empilhadas,
Só teve aumento, as vestes esfarrapadas.
A honestidade ficou descarrilada,
As nádegas desfilam livres das palmadas.
Nem de cócegas tem risada,
Estão livres os mandatários da ordem improvisada.
O brio perdeu o brilho,
Egos foram afiados no esmerilho,
Dedos firmes apertaram o gatilho,
Nossa Pátria mãe perdeu seu filho.
Nas águas turvas da incerteza,
Aprenderam contar notas com destreza,
Até a cueca perdeu nobreza,
Virou baú da esperteza.
Élcio José Martins