Terra abençoada. Tombando terra,... Ricardo Melo
Terra abençoada.
Tombando terra,
Lavrada, ficou,
Mecanizando terra,
Plaina ficou,
Adubando terra,
Fértil ficou,
Me vi como um aparador de borboletas,
Na vista clara,
Uma imagem colorida , nítida e escancarada,
Meus tempos de infância,
Eram muitas Frutas plantadas,
Após anos,
As flores e seus compassos,
Foram brotando e murchando,
De repente,
Se formaram limoeiros e Laranjeiras,
Manga e mamão,
Pera e melancia,
Amoras e jabuticabas,
Pomar de fartura,
Cheiro de maçã e na horta visinha,
A tão querida hortelã,
Cerração e chuva,
Sol quente e as aranhas viúvas,
Fui sim lavrador sinsinhor,
Fui campeiro e fui roceiro,
Caminhoneiro e verdureiro,
Talhei essa estrada,
Rasquei com chicote meu destino,
Na época,
Enxergava pouco como menino,
As neblinas que ja enfrentei,
Liguei o som da buzina menina para não cometer acidentes,
A velha casa de madeira,
Deixei no Sul do estado,
Justa hora,
Do sudeste ao norte,
Me achava cheio de sorte,
Comi jaraqui e tambaqui,
Tucunaré e surubim,
Peixe fresco da Lagoa,
Farinha e matrinchã,
A famosa vilã,
E por final,
Avelã como galã,
Bronziei o colchão que eu deitava,
Quemei na luz que nunca se apagava,
Reboliço da revolução,
Rumo ao serviço,
Arroz com pequi e cambuquira,
Lavei as panelas no rio,
Senti um esboço e um tremendo calafrio,
Fiz um verso formal,
Olhei para mim mesmo e falei,
Vou voar,
E nem sei para onde irei,
Caso eu não venha cair,
Voltarei e pousarei,
Mas antes de terminar essa jornada façanha,
Essa terra e essa vida,
Para sempre,
Como Poeta,
Eu abençoarei.....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.