Querido Josh, esta é a primeira de... Audrey P. B
Querido Josh, esta é a primeira de muitas cartas que lhe escreverei e elas servem para dizer o que eu não posso (ou tenho vergonha) de lhe falar. Eu queria lhe dizer que quando olho para as estrelas penso em você. Quando o vento sopra e entra pela janela do meu quarto bagunçando meus cabelos eu penso em você. Na verdade, ultimamente, qualquer coisa me faz pensar em você e eu acho que isso é um sinal de que estou apaixonada, pois eu simplesmente não consigo tirar você da cabeça. Hoje voltando da aula eu ouvia a música “marry me” do Train e pensava em você, e, de fato escuto a música agora e me sinto flutuar lembrando das nossas mãos entrelaçadas. Acho que relacionar música a você é um sinal de que estou incondicionalmente apaixonada e eu realmente espero do fundo do meu coração que esse sentimento seja recíproco. A paixão é um sentimento extraordinário, Josh. A paixão nos eleva, nos faz flutuar, sonhar...as pessoas deveriam estar sempre apaixonadas e ver o mundo assim, cor- de- rosa. Eu sinto sua falta quando você está longe- mesmo que a gente se veja todo dia na aula- e isso é meio sem sentido, mas, meu bem, acho que no fundo a paixão não foi feita para fazer sentido, certo? Se você quer que algo faça sentido, vá estudar matemática, química ou exatas. A paixão é substantivo abstrato, querido, e ela por si só não faz sentido. Enfim, eu espero, rezo, para que você goste mesmo de mim, pois, se eu gosto de você agora, o sentimento tende a aumentar. O fato é que eu agora lhe escrevi e lhe escrever é fatal. Escrever é derramar meus sentimentos no papel sem dó, sem filtro. Escrever é abrir meu coração e ter acesso ilimitado a uma série se sentimentos que eu não demonstro no dia a dia, pois as cartas, as palavras, vêm do fundo de minha alma, de modo que uma vez aperta a porta dos meus sentimentos é muito difícil fechá-la. Já é tarde e eu não vou dizer um “marry me” , mas um “i promisse to sing to you when all the music dies”. Boa noite, Josh.