Ninguém perguntava: "Onde mora... Ivo Terra Mattos
Ninguém perguntava: "Onde mora essa tal de felicidade?"
Nosso aquecedor, no inverno, era a taipa do fogão à lenha.
Nossa banheira era a bacia coletiva. Os primeiros, por ordem de idade, aproveitavam a quentura e a limpeza da água, os mais jovens ficavam com o que sobrava na bacia.
Nossa manteiga era banha de porco com sal.
Nossas roupas de inverno, era constituída de: calção de elástico e camisa de flanela. No verão era só calção e camiseta "uma qualquer" de "qualquer tamanho e fosse de quem fosse sempre servia."
Sapatos: Não, não existia.
Cabelos penteados? Não a maioria tinha o corte "bodinho". Bom para pegar piolhos.
Mochila para a escola: Uma sacola de pano de saco de açúcar com alça. O guarda pó sempre manchado de azul, só ia, na volta vinha dentro da sacola.
Os cadernos e a cartilha "caminho suave", dormiam juntos.,
Os lápis, na sua maioria com a borracha já mastigadas, eram apontados à faca mesmo.
O Hino Nacional, "..das terras mais queridas".. o perfilhamento com distanciamento, as brincadeiras nas classes, as perguntas difíceis que as professoras faziam, principalmente as de matemática , cobriam a manhã. Na saída, sempre havia um "acerto de contas, claro, sem armas, somente no máximo com um: _quem for mais homem, cuspa aqui. e, vez ou outra, uma que dizia: fdp é leque leque se sua mãe......." mas no outro dia estava tudo bem, novamente.
A vida desviou os "caminhos suaves" da gente. Uns foram ficando por aí, outros pegaram outros caminhos, não tão suaves e se perderam, mas uma parte grande foi embora. Foi em busca de um "futuro melhor" e se esqueceram da infância, onde a felicidade, que não da bola para o futuro, permanecia sempre com as portas abertas, pedindo que aproveitássemos o tempo curto que temos. i/