O pescador Acordei cedinho Antes... Francy Andrade
O pescador
Acordei cedinho
Antes mesmo das galinhas
Acendi a lamparina
Peguei minhas varas de pesca
Meu remo valente
E pus-me a caminhar
Na companhia de dois velhos amigos
Que puseram-se a ladrar.
Na cabeça, o velho chapéu amassado
E na boca, o inseparável cigarrinho de palha,
Artifício para acalentar o frio da solidão
Observando e sendo observado
Por incontáveis olhos cintilantes
Que a todo instante, piscavam para mim.
Sozinho, na escuridão da madrugada
e num silêncio quase ensurdecedor
Que aos poucos cedia espaço
Para um som conhecido de pescador
O sol suspenso avisava que já estava na minha hora
De voltar para casa e contar as histórias
Histórias de pescador.