Dolores A gente guarda a dor num pote... Bruno Cena Macedo
Dolores
A gente guarda a dor num pote
Com medo de um dia se livrar
Pois sabe que quando não há dor
A morte chegou, sem avisar.
A gente insiste em chorar
Sem saber que a dor se apressa
E o que resta é implorar
Implorar ao tempo, sair dessa.
É cada gemido na carne e alma
E em tudo é melhor a calma
A qualquer momento vivemos
E também morreremos.
Do livro Aos Clementes, esperançai-vos (Editora Porto de Lenha)