Sinto a voz do egoísmo desenhada nos... Alice Vaz De Barros
Sinto a voz do egoísmo desenhada
nos umbrais das janelas dos olhos,
Vontades insanas que prevalecem
no arrepio da ignorância, prepotência
e vazio na arrogância das palavras dos dias.
Depois da insubordinação dos dias
de Dezembro, trago o luto a gritar-me
por dentro, vagueio pelo pensamento
das gentes, e amordaço vontades negligentes.
Olhos tristes, saudosos e vazios, buscam apenas
um toque no fluir das palavras, que substituam
gestos de amor não adiados.
Veste-se a pele dos dias num abraço longínquo
que sacia a alma neste agasalho dos sentidos,
em dedicação, conforto, cuidado e consciência.
O amor, este doce agasalho que cresce e alimenta
de sensibilidade os dias.
A ternura verte alinhada na espera, nesta respiração
ofegante, neste peito que dilata quimeras
e sorrisos com as vestes da esperança.
Estendo a esperança, no lençol de todos os rios,
para tocar as almas sem nome que passam,
e apenas deixo no umbral da porta da minha alma,
as palavras que me trespassam...
Abraço a tua e a minha vida, em consciência.
Alice Vaz De Barros