O que nos distingue como espécie é... Alice Vaz De Barros
O que nos distingue como espécie é o facto de cada um de nós ter a sua noção social e a capacidade de nos colocarmos na pele e nos pensamentos uns dos outros.
O nosso maior contentamento é quando experimentamos a sensação de que existe algo que nos dá respostas de que estamos por assim dizer, a vibrar na mesma sintonia.
Poderíamos até ser definidos como sendo de entre as espécies aqueles que possuímos a maior capacidade para a sintonia da ressonância.
A ressonância da empatia, e da sintonia é fundamental para que sejamos bafejados pelo ânimo de viver, acreditando nas relações.
Experimentamos uma relação de resposta quando sentimos que a contemplação do outro toca nas cordas da nossa sensibilidade.
Essas respostas vêm sempre que nos sentimos cativados por algo quando temos a sensação de estarmos conectados por uma perfeita sintonia.
Quando somos entendidos e ouvidos, passamos a sentir-nos eficazes
e capazes, anulando toda a impotência que por vezes nos assola durante o trajeto das nossas vidas ao relacionarmo-nos.
Quando experimentamos de modo intenso e completo a ressonância
na sintonia do amor, desaparece a habitual separação e estranheza
entre duas pessoas, dando lugar a uma genuína cumplicidade
e a um sentimento de familiaridade e verdadeira comunhão.
Quando experimentamos esta verdadeira sensação da ressonância, seja com o outro ou até na escrita, na música ou noutros dons e talentos, dificilmente subsistimos à falta dela.
Que a busca deste céu interior em nós e nos outros nos leve a viver experiências irrepetíveis em contínua espontaneidade, entrega,
disciplina e contemplação do outro para que sejamos plenos e nos pertençamos cada vez mais.
Do meu livro a editar: " Olhos que trespassam o coração"
(Alice Vaz De Barros)