⁠O homem – ao contrário da mulher... Esther Vilar

⁠O homem – ao contrário da mulher – é belo, por que – ao contrário da mulher – é um ser intelectual. Isso significa que: O homem é curioso (quer saber o que se ... Frase de Esther Vilar.

⁠O homem – ao contrário da mulher – é belo, por que – ao contrário da mulher – é um ser intelectual. Isso significa que: O homem é curioso (quer saber o que se passa no mundo que o rodeia e como ele
funciona). O homem pensa (tira conclusões dos dados que se lhe deparam). O Homem é criador (faz coisas novas a partir dos seus conhecimentos sobre o que existe). O homem sente (na sua escala de sensibilidade, extraordinariamente ampla e multidimensional, não se limita a registrar o comum nas suas “nuances” mais imperceptíveis. Também cria e descobre novos valores de sensibilidade que torna
acessíveis a outros através de descrições tocantes ou de obras de arte). A curiosidade é de todas as qualidades do homem, certamente, a mais expressiva. A curiosidade do homem é, ao invés disso, algo de muito diferente: basta-se a si
própria e não estando relacionada com nenhum efeito útil imediato é, contudo, mais útil que a da mulher. Basta passarmos uma vez por um local em obras, onde esteja a trabalhar uma nova máquina, por exemplo, uma nova espécie de draga. Raros serão os homens – qualquer que seja a sua origem e classe social – que passem por lá sem se deterem pelo menos um bocado a olhar para ela. Muitos chegam a parar. Observam e conversam sobre as qualidades da nova máquina, quais o seu rendimento, porque dá esse rendimento e até que ponto se distingue dos modelos já conhecidos. Não lembraria a uma mulher ao pé de uma obra, ao menos que a aglomeração de pessoas fosse tal que ela pensasse que poderia ser uma sensação excitante (“Trabalhador esmagado por bulldozer”). Num caso desses, informar-se-ia pessoalmente e viraria as costas. A curiosidade do homem é universal. Não há, por princípio, nada que não lhe interesse, quer se trate de política, botânica, técnica atômica ou outra coisa qualquer. São também objeto do seu interesse assuntos fora da sua esfera de ação, tais como, por exemplo, conservar fruta, amassar bolos, cuidas do bebê. E não seria possível um homem estar nove meses grávido sem se interessar de todos os pormenores sobre a função da placenta e dos ovários. O homem não só observa tudo o que se passa em seu redor (e de modo geral no
mundo) como também interpreta. E como procura informar-se sobre tudo, não lhe é difícil estabelecer comparações, reconhecer no que vê determinados princípios –, sempre com o objetivo de fazer, a partir disso, algo de novo.