Meu amigo Fred Fritz ( Frederico... ivoterramattos
Meu amigo Fred Fritz ( Frederico Burrico)
Em 1977, a empresa que eu trabalhava, junto com a matriz dos Estados Unidos, deram um curso de linha viva, classe 500.000 volts. O curso foi em Paulo Afonso, na Chesf. (Cia. Hidroelétrica do São Francisco) e foi ministrado por um técnico americano, Fred Fritz. O curso teve a duração de quinze dias. Nesse período, convivemos com uma pessoa fabulosa: o instrutor americano. Um cara simples, educado e super profissional da área. Durante o treinamento, ele foi arregimentando admiração de todos nós. O curso foi para mais ou menos quinze eletricistas, funcionários da Chesf. No dia a dia, , como não podia deixar de ser, ocorriam as brincadeiras entre nós. Nos primeiros dias, o americano ficou meio introvertido. Depois, pouco a pouco foi se soltando e participando das brincadeiras e ensinando palavrões em inglês para nós e nós para ele em "bom português".Ás vezes, sem motivo algum,ele falava uns palavrões em português. Todos ríamos pela mistura que ele fazia dos palavrões. No final do curso, os eletricistas proporcionaram uma jantar de despedida para ele e claro, para nós. O cardápio foi meio estranho: Tinha jiboia assada com batatas, um tatu ensopado e revoada de pombas silvestres, como tira gosto . (Claro que na época tudo isso era permitido). Cardápio difícil de traduzir para o inglês. A cobra até que deu, mas o tatu e as pombas não deu. O tatu ele comeu como se fosse tartaruga e as pombas como se fosse um tipo de galinha anã. No dia seguinte viajamos para Recife onde pegaríamos um voo para o Rio. No aeroporto de Recife ele mandou ver num palavrão em português, um não dois. Não sei bem o que que aconteceu entre ele e um funcionário da Varig, De repente, bem alto e em bom som ele disse: "surubunda". A principio houve um silêncio, mas depois vendo que ele não era brasileiro, todos, que estava por perto, e ouviram o palavrão, começaram a rir, inclusive ele. Seis meses depois ele voltou para o Brasil para um outro curso, mas aí, infelizmente, eu já não estava mais trabalhando na mesma empresa dele (filial do Brasil), mas mesmo assim fui me encontrar com ele no aeroporto de SP e depois, quando ele voltou para os Estados Unidos, fui me despedir dele. Na despedida, fui com minha esposa que estava grávida do meu primeiro filho. Ele ficou muito feliz em nos ver, O pessoal da Cesp (Cia. Elétrica de São Paulo) tinha deixado ele no aeroporto sozinho.
Um pouco por mímicas e com algumas palavras pescadas, fomos nos entendendo. Brinquei com ele dizendo que o nome do meu filho, se fosse homem, seria Frederico em homenagem a ele,.Mas,.quando estivemos em Paulo Afonso, o pessoal brincava com o nome dele chamando-o de Frederico Burrico. Depois que ele descobriu a brincadeira começou, ele mesmo, a se denominar de Fred Burrico, e aí, no aeroporto, ele se lembrou da brincadeira da associação do nome dele com o burrico e ria muito. Nunca mais vi meu amigo americano .. Depois de uns seis ele me mandou pelo correio um pasta Sansonite. No curso de Paulo Afonso ele ficava rindo da minha pasta, uma 007, bem surrada. Um dia ele falou: _"só não te dou a minha porque não tenho onde colocar minhas coisas".
A discussão dele no aeroporto de Recife, , quando ele soltou o palavrão mesclado, foi porque . ele queria tirar as coisas que estavam na pasta e colocar numa bagagem que já tinha sido despachada, assim ele poderia me dar a pasta .. /i