Ansiedade & Angústia É no... Matheus Rodrigues da Silva
Ansiedade & Angústia
É no esplendor dessa dor
Que me pego a pensar
Se do aperto que me parte
Desejo não há demais
E se demais eu dê mais
De desejo vou queimar
Se me pede que grite
Que grite ainda mais
Se me pede que guie
Que guie um pouco mais
Há no sufoco de cada grito
Um pouco de ar perdido
Para quem e quê gritar
Se no fim não terá mais ar
Desespero de aperto
Sufoco no peito
Angústia
Leva-me a tantos medos
Se de medo me leva
Medo me pega
Tento evitar
Anseio pelo não ocorrido
Em mil pensamentos a pensar
Me perco no labirinto
De pensamentos
Que não posso controlar
E do futuro que tenho medo
Evitar faze-lo
Ansiedade me prendo
De angústia do antes e agora
De ansiedade do futuro a fora
Eu me perco
Nesse labirinto que sou
Eu mesmo
Não há labirinto!
Se do futuro não posso saber
Nem passado mudar
Para quê tanto grito
Por algo que não posso ver
Nem mesmo mudar?
De mil pensamentos deixar me tomar
No labirinto interno
Irei me levar
Esquecido de mim
Esquecido de agora
Me perco sem rumo
Numa luta ilusória
Se me apego no evitar
Ou se me apego do que veio passar
Eis que entro
Me prendo
Me acorrento
Em pleno desespero!
Quem trouxe?
Da onde veio?
Esse fantasma!
Que me causa tanto medo
Sou eu mesmo!
O morto que me assombra
Meu passado acorrentado
E meu futuro antecipado
Por mim mesmo
Me torno o que penso
Por mim mesmo transformo
Os mortos em vivos
Os vivos em mortos
E medos eu crio
Pelo futuro não visto
Pelo passado perdido
Torno o não real
O meu real
Pois agora
O sinto
O faço
O penso
E o digiro!
Eu o vomito no mundo
O pesamento por mim criado
Onde está a saída?
Do labirinto de meus fantasmas?
Meu próprio labirinto!
Há se disser para onde andam
Para onde vai.
Não há labirinto
Nem fantasma
Nem futuro
Nem passado!
Há memória
Há pesamento
Há sentimentos!
Eles criam, o que antecipo
Eles moldam o que penso
Eles fazem o que eu evito
Eu mesmo sou
O criador
De meus medos!
Onde vou estarei
Onde fujo eu farei
Meu fluxo não cessa
Enquanto não ver
Que o que é visto
Miragem não passa
Quando me deixo
Perder-me
Em mim mesmo
Em correntes de fluxos
De Pensamentos!
Não há labirinto!