Astronalma "As vezes olho para o... José Eduardo Soares de...
Astronalma
"As vezes olho para o céu,
Vejo estrelas tão solitárias
Brilhando no vazio.
E penso...
Solitário talvez seja eu,
Em meus pensamentos,
Onde brilham idéias
No imenso imaginário cósmico do meu cérebro,
Nas insondáveis supernovas de sinapses,
Que fazem conexões no vácuo
Do ser ou não ser.
A vida é como uma noite
Sem fim.
Alguns pontos brilhantes
Podem te indicar um caminho,
Alguns desejos florescem na mente,
Como meteoritos a riscar a alma.
Você sente o vento,
Sente o frio,
Sonha,
Reclama que não há
Um pouco mais de tempo.
Algumas coisas ficam escondidas, Ninguém mais pode ver,
Mas você sabe onde estão
E como são.
As vezes olho para o céu,
É tanta imensidão.
Mas que é a vida
Se não uma noite ?
Estrelada...
Mas que é eu ?
As vezes um planeta solitário,
Um asteróide errante,
Um corpo que explode,
Envolto numa alegria
Que contagia o cosmos,
Um profundo pensador
Que as vezes parece um
Buraco negro,
Sugando tudo ao redor.
Noutras vezes sou Lua
Que reflete um brilho
Não meu
Ou sou só uma alma,
Capturada pela gravidade
De uma eterna rotina,
De sonhar,
Acordar,
Realizar
E depois dormir
Pra ver de novo as estrelas.
Ou ser estrela.
Quem sabe um dia
Eu veja de lá cima
E entenda alguma coisa
Daqui."