Toda poeta tem um cemitério particular,... Jossana Rocha
Toda poeta tem um cemitério particular, dos poemas compostos, vividos (ou não), desvalidos, arquivados, esquecidos. Quando vividos, eram alegres, lidos, compartilhados, admirados, entregues, para então serem guardados… Certas poesias têm amor, desamor, dor(sua causa mortis). Começam com um encanto, para morrer num desencanto. Ao contrário de qualquer outro fim, a poesia é teimosa, inquieta, sagaz. Ao mínimo sinal de chuva e luz, desperta-se das profundezas de seu estado, e renasce ainda mais bela e florida, para ser entregue a novos amores, novas vidas. Assim, a imortal poesia teima em eternizar-se, ate que haja um último ser capaz de amar, ou os dois últimos seres da Terra. Só assim, como não houver nenhum coração para habitar, dar-se-á por satisfeita e findará, eternamente morrerá.