Meu corpo contorce no ritmo da... Emília Ferreira
Meu corpo contorce no ritmo da cantiga, percebo meus dedos esfarelar e virar pó, meu rosto é um oco sem fim, eu não tenho nome, sou apenas uma parte deste mundo sem voz, partículas do meu ser são grandes constelações, estou lá e cá, sou a insignificância de uma pedra na altura atmosférica, sou o canto do bosque, tenho fome de sede e sede de fome, vivência enganosa, cá sem querer, querer sem poder, apenas respirando, nas profundezas do meu ser, sem salvamento e sem esperança, só quero me libertar e voar tão alto onde sei que posso chegar, viver conturbadamente viva.