O Semeador de sonhos Suor frio, que... Marta Souza Ramos

O Semeador de sonhos

Suor frio, que desce quente
Na face aflita do agricultor,
Que olha para o sol ardente
Enquanto adormecida na terra
Repousa inerte, a semente.

A mãe terra tenta ajudar,
Recebendo o orvalho da manhã
Que apesar de o solo refrescar
Não é suficiente, pra fazê-la eclodir
Continua sonolenta a dormitar.

Para quando a chuva chegar,
O agricultor faz até promessas
De parte da produção, doar
Como forma de fé e gratidão
Pela chuva que veio regar.

O agricultor tem pressa.
Logo semeará novos grãos
Sorrindo, segue o semeador
Vislumbrando sonhos reais
Ao ver a produção em flor.

Tem prazer de levar à mesa
Alimentos e muita fartura
Ver enchendo o celeiro
Com primícias da colheita,
Felicidade é seu canteiro.

E num monólogo diz;
“Sou um homem da terra
Que bota a mão no arado
Vou semeando o amor
Não me canso, não me enfado.

Para o agricultor tiro o chapéu
Agradeço e faço oração
Pela garra e perseverança
Mesmo com dificuldades
Semeia com esperança.

Por Marta Souza Ramos