O silencioso invisível. As poucas... Etiane Neves
O silencioso invisível.
As poucas pessoas que me conhecem (ou acho que me conhecem), deveriam saber que a única coisa que me basta, me supre e que me acalma é o ínfimo prazer do silêncio.
Quando as nuvens negras se aproximam de mim e tentam me devorar, os barulhos dos trovões me alimentam de raiva e fúria.
A energia do barulho é corrosiva...
Nosso mundo está inverso, o talento de ouvir está escasso e as palavras vagas ganharam espaço.
Fala-se, fala-se e não se fala nada. E os que estão distantes, por hora se torna tão próximos, aqueles que habitam ao seu lado parecem estranhos.
O principezinho já dizia: "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos".
Você já reparou no poder do invisível? Tudo o que é invisível me supre...
Tim Maia dizia: "Não quero dinheiro, eu só quero amar."
Meu estágio é outro, não me importo com o amor, não preciso ser amada e nem amar alguém. Eu não preciso de tribos...
Algumas pessoas evoluem para si, outras evoluem para os outros, alguns evoluem para Deus e outros evoluem para suas crenças internas.
E aqueles que já sentem que não precisam de mais nada? Que sentem que sua saciedade já chegou ao fim...?
Esses morreram ou evoluiram?
As perguntas são barulhentas, hoje acho que não gosto mais de tantas perguntas assim...
Quero apenas me sentir como uma folha, uma folha pequenina, leve e que o vento leva.
Sem precisar fazer escolhas, sem precisar escolher o destino.
Apenas deixar o vento silencioso e invisível me guiar.