Ela era a boa garota, daquelas que... Anônimo
Ela era a boa garota, daquelas que sempre anotava o dever de casa pra quem faltou na aula. Tinha um olhar gentil e não dizia não pra nada. Ela se virava pra atender os outros e mesmo quando não sabia corria atrás pra descobrir como ajudar. Ela não achava que que tinha direito de pedir algo. Ela não queria ser adorada, queria apenas ser útil. Então ela foi crescendo e foi sendo a boa amiga, ela segurava a porta do banheiro e te acompanhava nos encontros escondidos. Ela não usava roupas curtas nem falava palavrão, era péssima na dança e usava sempre pouca maquiagem. Os outros a comparavam com as outras garotas e diziam que ela era boa demais, sem saber que isso acabava com ela.
Então ela foi crescendo e foi sendo útil, principalmente em casa, ela não se sentia no direito de se sentir cansada, pois os pais que trabalhavam e lutavam tanto precisavam dela. E ela continuou lutando pra ser melhor, pra ser a boa garota. Ela escondeu suas inseguranças dispensando os poucos pretendes e, fugindo desse medo, já não acreditavam mais que ela queria sim um amor.
Então ela deu tudo que tinha até não restar mais nada de nova. E quando chegou bem ao fundo de si exigiram mais dela. E então viram que ela sabia dizer não... e assim ele não era mais a boa garota.
Ela era egoísta e irresponsável e abandonou sua família. Ela chorou por dias até não ter mais lágrimas e passou a não anotar nem os próprios trabalhos.
Ela já não é mais a boa garota e nem sabe se quer voltar a ser. Pois ela é melhor sendo ela mesma...